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Reinserção

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Reinserção
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MODELO DE INTERVENÇÃO
  • Modelo de intervenção em Reinserção

    (Orientação Técnica nº1/2009/DTR/NR - Linhas orientadoras para a Intervenção Social - Modelo de intervenção em Reinserção.)

    As intervenções nesta área têm como suporte o Modelo de Intervenção em Reinserção (MIR), consubstanciado num conjunto de guidelines consensualizadas a nível nacional, e que têm como objetivo primordial melhorar e qualificar o serviço que é prestado aos cidadãos, procurando sempre a eficácia e eficiência da intervenção.

    Este modelo, em síntese, aponta para uma intervenção integrada que contempla as dimensões indivíduo e sistemas sociais, onde a família tem um papel fundamental. As estratégias sistemáticas de acompanhamento e de mediação social, transversais aos processos de reabilitação, são consideradas como fundamentais para o processo de reabilitação das pessoas com comportamentos aditivos e dependências, consubstanciando-se na definição, avaliação e follow up de planos individuais de inserção e, no que respeita à mediação social, no desenvolvimento de estratégias integradas de atuação em cada uma das dimensões, indivíduo, família e sistemas sociais, e na relação entre elas.

  • Pressupostos

    Colocar o cidadão no centro da ação

    Colocar o cidadão no centro da ação e como ator na intervenção não é mais do que basear toda a abordagem social nas necessidades específicas que este apresenta, multidimensionais e contextualizadas num continuum, no grau de exclusão e nos níveis de severidade face ao consumo/dependência de substancias psicoativas e nos recursos pessoais que possui.

    A centralidade no cidadão não significa o fechamento face à realidade social que contextualiza a intervenção. Antes pelo contrário, significa que face às necessidades que a pessoa apresenta e ao Plano Individual de Inserção contratualizado, temos de incidir a nossa ação nos sistemas sociais, onde se inclui a família, preparando-os para que se constituam como facilitadores do processo de inserção.

    Avaliar as necessidades multidimensionais específicas do cidadão

    A elaboração do diagnóstico social e a inventariação das necessidades multidimensionais específicas, explícitas e implícitas, estão na base do desenho de percursos individuais de inserção, integrados e consistentes. Este diagnóstico só está completo se igualmente se conhecerem as potencialidades pessoais do cidadão, assim como os recursos familiares e sociais de que dispõe.

    Este processo será mais sustentável quanto mais se implicar o cidadão na avaliação das suas necessidades, permitindo o desenvolvimento de um Plano Individual de Inserção realista, em que a pessoa se reveja e se responsabilize na sua prossecução.

    Estabelecer uma relação significativa com a pessoa

    O estabelecimento de uma relação próxima e significativa construída com a pessoa, numa base de confiança mútua, permitirá o exercício pleno dos direitos e deveres de cidadão e a defesa dos seus interesses em todas as situações. A implicação e empenho do técnico nas aquisições atingidas, contribuem para o estabelecimento de uma relação de confiança, motivando os cidadãos a continuarem o processo de reinserção, com determinação e confiança.

    Negociação e contratualização do Plano Individual de Inserção

    O desenho conjunto do percurso de inserção, com definição de objetivos, estratégias a adotar, responsabilidades e etapas, ações prioritárias, a médio e longo prazo, que corresponda às necessidades pessoais, sociais e potencialidades diagnosticadas em cada momento de avaliação do processo, deve ser traduzido num Plano Individual de Inserção que é definido, executado e avaliado conjuntamente com o cidadão.

    Intervir numa lógica de resposta integrada, em equipa e articulação interinstitucional

    O desenvolvimento de uma intervenção em rede, de modo integrado, traduz-se na identificação e estreita colaboração com os parceiros com responsabilidades nesta e outras áreas, apostando, no trabalho em parceria e na flexibilidade de respostas, tendo sempre os cidadãos como centro da atuação dos serviços. Consegue-se deste modo rentabilizar os recursos e respostas disponíveis, servindo o cidadão de forma eficiente, rentabilizando recursos e prevenindo a duplicação de respostas.

    Assegurar o acompanhamento sistemático e continuado do cidadão no processo de autonomização e de inserção

    O acompanhamento sistemático e continuado inicia-se no momento em que se elabora, com o cidadão, o diagnóstico social e se contratualiza o Plano Individual de Inserção, devendo manter-se até que as necessidades das pessoas estejam resolvidas e o Plano Individual de Inserção cumprido e avaliado.

    Garantir o desenvolvimento de práticas de mediação social

    Considera-se a mediação social como o trabalho que se desenvolve junto dos sistemas sociais (família, emprego, educação, etc.), para que as mudanças que se operam ao nível do cidadão tenham a sequência e o enquadramento potenciador das aquisições conseguidas. O objetivo prende-se com a criação de condições nos sistemas sociais que garantam a eficácia e a sustentabilidade das intervenções realizadas a nível individual, na reorganização das rotinas e dos quadros de referência da pessoa (representações sobre o próprio, a família e a sociedade) na aquisição e/ou reaquisição de competências pessoais, sociais, profissionais e de cidadania.

  • Fases da intervenção

    Avaliação da situação inicial com elaboração do Diagnóstico Social

    O diagnóstico de necessidades e análise de recursos individuais/balanço de competências, constituem elementos essenciais para a elaboração e contratualização do Plano Individual de Inserção. O diagnóstico social pressupõe o conhecimento da realidade do cidadão, a identificação das necessidades, recursos e potencialidades.

    Planeamento e implementação do Plano Individual de Inserção

    Esta fase contempla o planeamento, elaboração e eventual contratualização do Plano Individual de Inserção, entre a pessoa e o técnico responsável pelo acompanhamento e mediação social.

    Os objetivos e estratégias a definir e contratualizar com os cidadãos podem revestir-se de graus de exigência diferentes, consoante as capacidades das pessoas, as possibilidades de autonomia de cada um e as necessidades diagnosticadas. Os planos individuais de inserção devem ter como meta a criação de condições para a empregabilidade e a aquisição e/ou a manutenção de um emprego digno. Entende-se por condições para a empregabilidade a promoção do acesso à habitação, a proteção social, a promoção de hábitos e cuidados de saúde, o restabelecimento dos laços familiares, a aquisição de competências pessoais e sociais, escolares e profissionais, a integração cultural e recreativa local.

    Avaliação Intermédia do Plano Individual de Inserção

    A contratualização do Plano Individual de Inserção implica uma avaliação intermédia em reunião de equipa multidisciplinar, onde se apresenta e partilha o desenvolvimento do processo, as aquisições do cidadão e a sua participação, os objetivos alcançados e as dificuldades encontradas, bem como a necessidade de reorientar a intervenção.

    Avaliação final do Plano Individual de Inserção

    A avaliação final do processo de reinserção, consubstanciado no Plano Individual de Inserção, deve ser feita com a pessoa, e com a equipa multidisciplinar, e dá-se quando o Plano Individual de Inserção finaliza, podendo-se traduzir em alta social.

    Alta Social

    A pessoa tem alta social quando, da execução e avaliação do Plano Individual de Inserção, se conclui que o objetivo geral foi atingido e não é necessário manter o acompanhamento social, ou seja, as áreas de intervenção/necessidades diagnosticadas no âmbito da reinserção foram, de forma geral, resolvidas.

    Follow up

    No sentido de aferir junto da pessoa a situação em que a mesma se encontra, os progressos e as dificuldades que enfrenta ou enfrentou, deverá contactar-se a pessoa, preferencialmente ao fim de um ano da alta social, e efetuar-se o registo da situação no processo.

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