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​VIDEOCONFERÊNCIA SICAD ABORDOU COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS EM MINORIAS ÉTNICAS, MIGRANTES E REFUGIADOS28/11/2023

Comportamentos aditivos e dependências em minorias étnicas, migrantes e refugiados”, foi o tema da videoconferência SICAD realizada a 23 de novembro, e que contou com 205 participantes.

A sessão teve como oradores convidados Adriana Curado, psicóloga e investigadora comunitária, e coordenadora de projetos na área das drogas no Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT); Dora Rebelo, psicóloga, doutorada em Antropologia, investigadora, professora auxiliar convidada no mestrado em Ação Humanitária do ISCTE-IUL e consultora em saúde mental e apoio psicossocial em contextos humanitários; Ana Neto, médica psiquiatra, na Unidade de Alcoologia de Lisboa DICAD/ARSLVT; e Américo Nave, psicólogo clínico, diretor executivo e membro fundador da Associação CRESCER. A moderação esteve a cargo de Graça Vilar, médica psiquiatra e diretora dos Serviços de Planeamento e Intervenção, do SICAD.

João Goulão, diretor-geral do SICAD, abriu a videoconferência agradecendo a disponibilidade dos oradores, referindo que a mesma acontece no seguimento de uma ação de formação sobre “Cuidados culturalmente competentes e informados para o trauma em CAD: o trabalho com minorias étnicas, migrantes e refugiados”, que teve bastante adesão.

Após considerar este tema um grande desafio atual e que encaixa perfeitamente nos três pilares do Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e Dependências 2021-2030 – empoderar, proteger e cuidar – recentemente aprovado, afirmou ser esta uma das áreas onde estes fazem todo o sentido no trabalho com estas populações, “cada vez mais visíveis, mais expostas e mais vulneráveis”. Concluiu, afirmando ser uma oportunidade única contar com pessoas com uma tão grande, rica e profícua experiência no terreno, com estas populações.​

Dora Rebelo fez uma contextualização do tema e apontou as características que os cuidados com estas populações devem ter, numa tónica de diversidade. Realçou as vantagens da utilização do modelo de cuidados sensíveis à diversidade, entre as quais se encontram a menor disparidade, a maior justiça e igualdade nos cuidados de saúde, aumento da satisfação e adesão dos utentes ao tratamento, e o aumento da satisfação laboral dos técnicos envolvidos. Falta de informação acessível, nomeadamente, sobre os direitos no campo da saúde de acordo com o respetivo estatuto de cidadania e diversos tipos de barreiras como a linguística e a burocracia, foram alguns dos problemas apontados. Investir na diminuição da sensação de distância e no reforço do sentimento de pertença, estiveram entre as apostas futuras.

Adriana Curado abordou os desafios e especificidades na área da redução de riscos e minimização de danos, e apresentou um estudo de caso exploratório com pessoas nepalesas que usam drogas, a partir de um centro de redução de danos em Lisboa, o GAT IN Mouraria. Salientou a alteração da origem dos migrantes, com aumento dos provenientes dos países do sul da Ásia, maioritariamente sozinhos e vindos de outros países europeus. Entre os resultados apresentados, consta o facto de nenhum ter acedido ao SNS e a ausência de apoio social após a chegada a Portugal. A precaridade da habitação e a maioria estar em situação de sem abrigo, desempregada ou em trabalhos sem contrato, e com início de consumo de drogas, sobretudo opiáceos, entre os 16 e os 18 anos de idade no Nepal, estiveram entre outros dos dados apurados.

Ana Neto expôs as especificidades e desafios de um serviço em construção, concretamente, a criação de uma consulta, a ALMMER – Álcool em migrantes, minorias étnicas e refugiados, na Unidade de Alcoologia de Lisboa. Entre os pressupostos para a criação desta consulta estão as barreiras no acesso, no seguimento e elevada prevalência. Nos objetivos da mesma consta o aumentar do alcance do tratamento, o acolhimento eficaz e culturalmente sensível, e a articulação e consultadoria às instituições da comunidade.

Américo Nave abordou as especificidades e desafios da intervenção na área da reinserção social, no acesso às respostas sociais de formação e emprego, com enfoque na inclusão. Compreender os fluxos migratórios, a influência da cultura no comportamento e na identidade das pessoas, promover o desenvolvimento de ferramentas e estratégias, e promover a implementação de políticas públicas efetivamente inclusivas são alguns dos aspetos essenciais à inclusão de migrantes, que apontou. Explanou, igualmente, os fatores de risco acrescido para o início ou continuidade de comportamentos aditivos e dependências, por parte dos requerentes de asilo e refugiados que experienciam percursos migratórios que afetam a sua saúde mental ou física.​

Assista à gravação da videoconferência AQUI

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