SECRETÁRIA DE ESTADO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE DESTACA CRIAÇÃO DO
ICAD
O SICAD marcou presença na conferência "Exposição à
Canábis na Adolescência e Saúde", representado pelo diretor-geral e pela
diretora de Serviços de Planeamento e Intervenção, que decorreu a 19 de setembro, em
Lisboa, organizada pela Iniciativa Cidadã Canábis.
João Goulão, nas palavras que dirigiu aos participantes na
sessão de abertura, considerou que “o que nos une” é minorar os efeitos nocivos da canábis para
a saúde, em particular nos adolescentes.
“Como seremos mais eficazes para contrariar estes efeitos?” foi a
pergunta que lançou, deixando uma visão mais alargada do paradigma regulador, possibilitando
pensar igualmente em outras substâncias, com regras destinadas ao uso
responsável e adulto, ou a via proibicionista, como possíveis caminhos
alternativos.
Assumindo a preocupação que este assunto acarreta e a prioridade para o SICAD
das questões do impacto na saúde dos cidadãos, manifestou a expectativa de que
um novo organismo (ICAD), dotado de maior massa crítica, proporcione formas de
desenvolver uma reflexão mais aprofundada, nomeadamente pelos profissionais
desta área.
Terminou, realçando a importância da aprendizagem com
experiências internacionais, colocando nelas um foco de avaliação.
Graça Vilar, discordando dos discursos de falhanço do
chamado Modelo Português, contrapôs com a capacidade de evolução das políticas
portuguesas, o caminho “significativo” desenvolvido e a sua construção,
abordando de seguida a estrutura do novo Plano Nacional para a Redução dos
Comportamentos Aditivos e das Dependências (PNRCAD) 2021-2030, destacando os
seus três pilares: empoderar, cuidar e proteger.
Baseando-se em diversos estudos que o SICAD realizou ou em
que participou, apresentou respostas à pergunta que a própria oradora lançou:
porque é que os jovens ainda recorrem a alguma substância, entre as quais a
canábis? Após referir algumas consequências do consumo, realçou a importância
da evidência científica e a relevância na definição das intervenções
preventivas, onde destacou o programa “Eu e os Outros”, que considerou “a joia
do SICAD”, com uma história específica para a canábis.
Concluiu a intervenção elencando alguns desafios
como o não pensar estritamente na saúde, a abertura ao desconhecido, à
modificação e à criação de serviços mais próximos da comunidade, e a definição
de políticas mais inclusivas e envolvidas na comunidade.
Num dos momentos deste evento a Secretária de Estado da
Promoção da Saúde, Margarida Tavares, realçou a criação do futuro Instituto para os Comportamentos Aditivos e
Dependências (ICAD), que será uma realidade em janeiro de 2024. Apontou como um desafio
atualizar e reforçar uma estrutura que se construiu com os consumidores de
heroína e conseguir continuar
a apoiá-los, agora
mais envelhecidos e, ao mesmo tempo, acompanhar os consumidores de novas
substâncias.