“Crianças e jovens com comportamentos aditivos e
dependências: perspetivas e desafios“ foi o tema da videoconferência SICAD
realizada a 29 de março, e que contou com 534 participantes, número que
constituiu um record de audiência deste evento online.
A sessão teve como oradores convidados Andreia Ribeiro,
psicóloga clínica da DICAD/ARS Norte, área da prevenção; Nuno Cardoso,
assistente social e vogal, do Conselho de Administração da ART (Associação de
Respostas Terapêuticas); Dina Macedo, terapeuta familiar, e técnica do
Departamento de Desenvolvimento Social – Unidade de Infância e Juventude, do
Instituto de Segurança Social; e Irene Reis, técnica superior, da Divisão de
Intervenção Terapêutica, do SICAD, que também assumiu a moderação deste evento.
Manuel Cardoso, subdiretor-geral do SICAD, abriu a
videoconferência, agradeceu à audiência pelo interesse, o que manifesta a
preocupação por esta temática. Referiu alguns dados sobre o consumo de álcool e
substâncias psicoativas, e a prática de jogos a dinheiro por parte das crianças
e jovens, números que considerou “muito significativos”, e que convocam a
perceber o que tem de ser feito para evitar problemas maiores e a ser feita uma
intervenção importante.
Após assinalar a compilação de dados sobre consumo de
substâncias e outros comportamentos aditivos e dependências sem substância, com
base nos estudos conduzidos pelo SICAD, visando a definição de políticas de
intervenção nesta área, o grupo de trabalho interinstitucional, dinamizado pelo
SICAD, sobre a rede de referenciação para crianças e jovens com processo de
promoção e proteção, foi o tema abordado por Irene Reis, referindo o produto
resultante - manual Intervenção em crianças e jovens com processos de promoção
e proteção e comportamentos aditivos, concluído em dezembro de 2022 e
disponível do site do SICAD.
Dina Macedo focou-se na realidade da segurança social e
presentou o trabalho que é desenvolvido. Destacou a tendência decrescente do
número de crianças e jovens com comportamentos aditivos e dependências,
que estão em acolhimento. A leitura e a divulgação do manual acima referido, a
dinamização territorial com a criação de grupos de trabalho e a reflexão sobre
esta temática, foram os desafios futuros que deixou.
Andreia Ribeiro procurou caracterizar a experiencia de
trabalho articulado com o Núcleo de Infância e Juventude do Centro Distrital de
Segurança Social do Porto, tendo explanado, entre outras intervenções, o
ciclo de ações formativas aos técnicos das Casas de Acolhimento Residencial,
realizado entre 2015 e 2018 e a aplicação do programa “Eu E Os Outros”. Entre
os desafios apresentados inclui-se o alargamento da intervenção aos restantes
distritos da região norte.
O último orador, Nuno Cardoso, descreveu de forma sucinta a
associação que estava a representar, que desde 2009 desenvolve um programa
exclusivo para menores, entre os 14 e os 19 anos, tendo sobretudo enfatizado as
dificuldades com que se têm deparado, por falta de apoio do Estado, à
semelhanças de todas as outras comunidades terapêuticas, para manter em
funcionamentos as estruturas e respostas disponíveis. Deixou alguns desafios,
entre eles, como compatibilidade entre programas específicos para menores e os
exclusivos para adultos e a adesão voluntária. A divulgação do manual, a saída
pós-tratamento, e como manter as respostas terapêuticas, foram os desafios
lançados. Neste último, o orador alertou para a diminuição, substancial, das
camas destinadas exclusivamente para menores.
O ciclo das videoconferências SICAD regressará brevemente.
Assista à videoconferência AQUI