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​20 ANOS DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A DROGA ASSINALADOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA5/7/2022

JOÃO GOULÃO ABORDOU IMPACTO E DEIXOU ALERTA

Numa iniciativa da Comissão Parlamentar de Saúde, decorreu a 30 de junho, na Assembleia da República, uma sessão comemorativa das duas décadas da Estratégia Nacional de Luta Contra a Droga (ENLCD).

Ao intervir neste evento, o diretor-geral do SICAD e Coordenador Nacional, começou por apresentar a realidade portuguesa na altura da criação da comissão de sábios, em 1998, considerando que essa mesma realidade “deu-nos terreno favorável para termos políticas progressistas nesta matéria”. Como recordou, “a baliza colocada a esta comissão foi que as propostas a serem apresentadas teriam de se ater aos tratados internacionais de que Portugal é signatário”.

Destacando os dois princípios fundadores que acompanharam a ENLCD, o humanismo e o pragmatismo, recordou que o chamado “Modelo Português” não é apenas a descriminalização do consumo, mas uma abordagem integrada, de que fazem parte as áreas do tratamento, prevenção, reinserção, redução de riscos e minimização de danos.

A diminuição das pessoas atingidas por este fenómeno, a redução dos utilizadores problemáticos, dos utilizadores de heroína, do uso injetável, das notificações por VIH associadas à toxicodependência e das mortes por overdose, foram alguns dos impactos positivos da ENLCD. Igualmente destacou-se a possibilidade de intervir precocemente e de forma integrada com os utilizadores de drogas e de os colocar em contato com os serviços de saúde e a rede pública de serviços especializados, proporcionada pela intervenção das Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência. Fez-se ainda referência à curiosidade que a abordagem portuguesa tem despertado junto de muitos países, considerado um exemplo de boas práticas e de respeito pelos direitos humanos, que procuram inspiração para o desenvolvimento das suas próprias politicas.

Ao realçar o caminho percorrido, que considerou estar longe de ter resolvido todos os problemas, deixou um alerta sobre a situação atual: “o dispositivo montado para enfrentar o problema da droga e da toxicodependência, em Portugal, tem vindo a trabalhar para a sua própria extinção, porque o suporte dedicado a esta área tem vindo a decrescer, de há alguns anos a esta parte”.

Nesta sessão comemorativa que contou, igualmente, com as presenças do presidente da Assembleia da República, de outros membros da comissão de sábios, de profissionais da sociedade civil, e de deputadas e de deputados, os oradores apontaram aspetos históricos e desenvolvimentais, de que se destacam: a mudança da área da justiça para a da saúde, as decisões com base no conhecimento e na evidência científica, as abordagens integradas, os contextos, a redução de riscos, o desinvestimento na área da prevenção e a necessidade de reforçar a intervenção preventiva, e a promoção de um debate e reflexão sobre as politicas públicas, atendendo às caraterísticas presentes e às rápidas mudanças das substâncias e dos comportamentos de risco.​​

 
 

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