“Família e Comportamentos Aditivos - Pensamento sistémico e
intervenção” foi o tema da videoconferência SICAD realizada a 21 de abril,
dinamizada por Rui Pedro Ramos da Silva, psicólogo e terapeuta familiar, do CRI
Lisboa Ocidental/ARSLVT, e António Coelho, psicólogo clínico, assistente social
e terapeuta Familiar, da Barragem - Fundação Portuguesa Para estudo Prevenção e
Tratamento das Dependências. Alcina Ló, de Psicologia do Trabalho e Sociologia
do Trabalho, Organizações e Emprego, terapeuta familiar, e diretora da Direção
de Serviços de Monitorização e Informação do SICAD, moderou a sessão online que
contou com 189 participantes.
A complexidade do sistema família atravessou toda esta
sessão. Os diferentes tipos, papeis, crises, acidentes de percurso, fatores
influenciadores do equilíbrio, foram alguns dos aspetos abordados pelos
oradores convidados, que são os formadores nas ações de formação que o SICAD
tem realizado no âmbito da intervenção familiar.
Rui Pedro Ramos da Silva, numa perspetiva sistémica procurou
traduzir a complexidade dos sistemas, colocando em perspetiva ao sistema
família num contexto complexo de sistemas, abertos, repletos de informação, e
em contacto permanente uns com os outros. Indo à origem de tudo, menciona o
caos, “sistema primordial caótico, com informação complexa e desordenada”,
mencionando a seguir um sistema particular, os seres humanos, que tem vários
subsistemas sociais como famílias, culturas e sociedades, que os ajudam a
adaptar-se na construção do futuro. Depois de considerar que os comportamentos
aditivos resultam da função adaptativa, termina a intervenção destacando o
papel de suporte das famílias que, quando falha, a abordagem da terapia
familiar pode construir respostas, de acordo com as competências e recursos das
próprias famílias, através do triângulo terapeutas, família e meio.
António Coelho, também numa perspetiva sistémica, focou
sobretudo a intervenção em reabilitação. Classificou a família como um sistema
vivo, em crescente movimento e com momentos de crise que podem ser naturais,
como a adolescência, a entrada na escola, por exemplo, e acidentais, não
previstos no desenvolvimento familiar, como doenças e perda de emprego, entre
outras. Os comportamentos aditivos e dependências enquadram-se nas crises
acidentais que, considerados um sintoma, põe em causa a hierarquia, o poder e a
decisão. O mais importante nesta matéria não é a causalidade linear, o
porquê, mas questionar o como, perceber qual é o sentido e a razão do sintoma.
Deixou-nos ainda muitas orientações para a intervenção enquadrando e
fundamentado cada uma.
No período de perguntas e respostas, foi ainda abordada a
importância da educação para a saúde e fatores protetores, a transparência dos
problemas de dependência na família, e a responsabilização pelos comportamentos
aditivos nas festas académicas.
A próxima
videoconferência SICAD “Behavioural tracking, responsible gambling and player
protection: How can technology be used to identify and prevent problem
gambling?”, decorrerá no dia 3 de maio, à hora do costume.
Assista à videoconferencia na integra no Youtube