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​VIAGEM PELO CÉREBRO NA TERCEIRA VIDEOCONFERÊNCIA SICAD DE 2021 5/3/2021

O Cérebro Humano e os Comportamentos Aditivos e as Dependências” foi o tema desta videoconferência realizada a 5 de março de 2021, e que teve como única conferencista convidada, Manuela Grazina, professora auxiliar e investigadora em ciências biomédicas, na faculdade de medicina da universidade de Coimbra. Graça Vilar, psiquiatra e diretora de serviços da Direção de Serviços de Planeamento e Intervenção, do SICAD, exerceu a moderação desta sessão online, que contou com 300 participantes.  

Manuela Grazina começou por elogiar, mencionando o SICAD, o esforço feito ao longo de muitos anos para mudar o panorama a nível nacional, mas também no internacional, na área dos comportamentos aditivos e dependências.  

Considerando as toxicodependências e as adições como doenças graves do cérebro, referiu que as mesmas são doenças neurodegenerativas porque a exposição crónica ao álcool e a outras substâncias de abuso matam neurónios, destroem o cérebro. Numa imagem tridimensional, o cérebro fica roto. Faltam células que morreram devido a uma toxicidade química direta, e não apenas por uma desregulação das vias de base que nos regulam as emoções e os impulsos. Devemos, portanto, considerar estas doenças como uma perda grave da funcionalidade. Por isso é que não deixa de ser toxicodependente quem quer, devido à libertação de neurotransmissores, como a dopamina que, em excesso, provoca a psicose que é uma das consequências do consumo das drogas de abuso. Caraterizou este dano grave como a doença em que a vontade está avariada. A forma natural como o cérebro trava o excesso de dopamina é através de uma reação em cadeia que ativa o córtex pré-frontal, provocando um sinal travão. Estes sistemas on-off ,ligar, desligar, são importantes para a nossa saúde mental.  

Ao abordar a felicidade, cujo conceito afirmou estar relacionado a nossa própria sobrevivência, lembrou que todos necessitamos de ser felizes, sentir tranquilidade, estar em paz de vez em quando. Esta sensação de bem-estar, a que chamamos felicidade, é essencial para a nossa vida e para a nossa saúde mental, porque o funcionamento do cérebro influencia todo o organismo. Manuela Grazina prosseguiu a sua intervenção, referindo a dependência do digital que é já uma realidade, deixando um alerta para uma vaga de casos no futuro, e para a qual devemos estar preparados. Antes de terminar, deixou um desafio que considerou poder ser uma revolução: remover a pessoa do espaço do consumo. Isto, porque o nosso cérebro não armazena apenas o prazer associado ao consumo químico, mas também ao espaço físico, aos sons, e às pessoas com quem consome, que um reencontro com elas, vai trazer novo impulso para consumir.  Ou seja, a intervenção para recolocar estas pessoas no processo de desintoxicação e recuperação, criando novas memórias de prazer. Prazer do trabalho, prazer de dar o seu contributo, através da descoberta do superpoder de cada pessoa, que deve ser acarinhado e protegido, garantindo-lhe a base maior do seu bem-estar e da sua felicidade, criando assim um novo espaço do Estado social. 

“A felicidade não é algo que se encontra quando se chega. É algo que se leva quando se vai”; “É sempre possível transformar uma desvantagem numa vantagem”; “Prevenir, é semear conhecimento”; “Conhecimento, é sinónimo de liberdade”, foram algumas das mensagens deixadas por Manuel Grazina. 

Ao encerrar esta videoconferência, João Goulão, Diretor-Geral do SICAD, agradeceu o desafio, elogiou a capacidade de comunicação da conferencista convidada, e referindo-se à construção do novo Plano Nacional, mencionou a literacia como uma questão central do mesmo. 

O ciclo das Videoconferências SICAD prosseguirá no próximo mês de abril, com novo tema e novos conferencistas convidados. Siga as nossas plataformas de comunicação para saber mais pormenores. ​

Assista à gravação da videoconferência aqui​

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