Realizou-se no dia 2 de novembro, a Reunião Anual do Fórum Nacional
Álcool e Saúde (FNAS),
que abordou as
intercorrências entre a Covid19 e o consumo de álcool, nomeadamente dos
consumos durante a pandemia, mas também da sua relação com a evolução da infeção e os
diversos impactos na sociedade portuguesa. Os números do álcool e condução e a
entrega dos Prémios do concurso de cartazes, fizeram, igualmente, parte do programa.
Na abertura, o Presidente do FNAS, João Goulão, manifestou apreço a todas as
organizações: estatais, de
saúde, da área social, das autarquias, da ação comunitária, forças de segurança,
e de proximidade, pelo apoio às populações que se pretende servir,
nomeadamente aos mais vulneráveis e aos mais frágeis. Relevou, igualmente, o
que tem sido possível fazer em relação aos dependentes alcoólicos que passaram,
e ainda passam, momentos complicados, o que motivou alguma reflexão e
recomendações por parte do SICAD, destacando o síndroma de privação alcoólico
agudo, muito presente no confinamento, como uma ameaça grave para a vida.
De seguida, o Secretário-Geral do FNAS, Manuel Cardoso, reconhecendo
que a pandemia veio perturbar atividades que podiam ter sido desenvolvidas, no âmbito deste
fórum, referiu a importância de fazer um ponto da situação do trabalho feito,
agora que se está no último ano do atual Plano Nacional, e se trabalha já na
construção do novo. Terminou a sua intervenção, referindo os projetos
financiados pela Comissão Europeia, onde Portugal está envolvido.
Quanto aos impactos da Covid19, foram salientados, entre outros, os
seguintes aspetos: quanto ao consumo de álcool, os mais jovens (entre os 18 e
os 24 anos) diminuíram o seu consumo, enquanto as mulheres o mantiveram. A
percentagem de pessoas que aumentou o consumo de álcool foi menor. No que diz
respeito à saúde mental, o novo coronavírus trouxe uma mudança radical na nossa
forma de funcionar, e de gerir as emoções, os medos e dúvidas
intensificaram-se o que agravou a situação no nosso país, que tem uma alta
prevalência de doenças
mentais mais comum,
como depressão e ansiedade.
No setor
vitivinícola, que garante mais de duzentos mil postos de trabalho, o impacto
económico da Covid19 foi negativo tanto no mercado interno - onde as empresas
que dependiam da distribuição, dirigidas a híper e supermercados, conseguiram
aguentar as vendas, mas as que dependiam sobretudo do canal Horeca, consumo não
doméstico, entraram em profunda crise - como no das exportações, onde as
quebras no primeiro semestre de 2020 se deveram, sobretudo, ao segundo
trimestre, em que a pandemia sanitária começou a afetar drasticamente os países
da Europa. No setor cervejeiro, que garante mais de oitenta mil postos
de trabalho, assistiu-se a uma queda de 15% na produção total, a uma queda de
20% no consumo do mercado interno, e a uma subida de 4% nas exportações.
O impacto em toda a cadeia de valor – empresas de restauração e bebidas,
alojamentos hoteleiros, e bares e discotecas – provocou despedimentos em 16%
das empresas, das quais 30%, assumem que não vão conseguir manter os postos de
trabalho até ao final do ano.
Nesta reunião foram divulgados os premiados no concurso anual de
cartazes que distingue dois estudantes de medicina, uma iniciativa
conjunta da ANEM - Associação Nacional de Estudantes de Medicina e da CNAF –
Confederação Nacional das Associações de Família. Por ordem decrescente,
os contemplados foram: Tiago Jorge da Silva Costa, da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, e Maria Dolores Correia Gama, da Faculdade de Ciências
da Saúde, da Universidade da Beira Interior.
Em 2021 será lançada a Newsletter FNAS em formato digital, com
periodicidade bimestral.