Integrada no Plano de Formação para 2018, esta ação que contou com a presença de cerca de uma dezena de participantes oriundos do SICAD e de organizações externas e proporcionou uma reflexão sobre a importância das questões do género nas intervenções e investigações em CAD.
Género como determinante para a saúde; padrões de comportamento, atitudes e motivações face às dependências com e sem substância, no género feminino e masculino, foram alguns dos temas abordados.
Ministrou esta formação, Isabel Ponte, que acentuou a sua importância, nomeadamente quanto à acessibilidade aos serviços de saúde, que sendo concebidos segundo o estereótipo masculino, dificultam o acesso ao género feminino, suscitando sentimentos de vergonha e culpa. Contribuem também para esta situação, um conjunto de barreiras sociais e culturais, que provocam uma desigualdade de direitos entre géneros. Realçou, igualmente, os contributos deste momento que se podem traduzir em protocolos e linhas de orientação.
"O papel de género manifesta-se nos contextos de uso de Drogas, e por essa razão é importante compreender uma série de questões e considerações enunciadas em relação à população consumidora de substâncias psicoativas feminina: os obstáculos ao acesso aos serviços e a deficitária adaptação dos programas às necessidades das mulheres. Frequentemente, existem abordagens que consideram a mulher, mas essas abordagens são centradas na maternidade e no feto, ocultando outras características específicas, tais como aquelas que se relacionam com as suas condições sociais, pessoais e culturais.
Decorre da identificação, quer dos fatores de riscos, quer dos mecanismos de estigmatização social das mulheres com CAD, pensar em referências centradas na sua humanidade _ mulher_ e nos estereótipos de género a que estão sujeitas, para emanar linhas de orientação e protocolos de atuação a fim de promover o acesso à saúde e aos serviços de intervenção em CAD e prevenir as situações de violência de género às quais estão sujeitas."
Isabel Ponte - 2018