CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS EM TEMPO DE PANDEMIA SARS-COV-2 REVELA DIMINUIÇÃO
“Comportamentos Aditivos em tempos de Covid – Alterações no consumo de drogas ilícitas” é o novo volume da coleção Estudos, do SICAD. O estudo identifica alterações no consumo de um conjunto de produtos ilícitos e de novas substâncias psicoativas, em Portugal, a partir dos dados disponibilizados pelo EWSD – Portugal 2021 - Inquérito Online Europeu sobre Drogas – Padrões de Consumo, relativos a Portugal, realizado entre março e maio de 2021.
Ao inquérito online responderam 4685 residentes em Portugal, com 18 ou mais anos, subdivididos por droga, reportando ao consumo nos 12 meses anteriores. Participaram 3 019 consumidores recentes de canábis, 741 de cocaína, 750 de ecstasy, 192 de anfetaminas, 51 de metanfetaminas, 155 de novas substâncias psicoativas e 92 de heroína, maioritariamente do sexo masculino.
Mais de metade dos utilizadores, à exceção da cocaína base/crack e da heroína, considera que ocorreram alterações no seu consumo devido à pandemia SARS-COV-2. A canábis, particularmente a herbácea, destaca-se, como o produto em que a redução do consumo foi menos significativa. O ecstasy destaca-se pela razão oposta. A diminuição do consumo de canábis foi mais expressiva no género não binário, a de ecstasy foi mais nos homens e a de NSP (Novas Substâncias Psicoativas) nas mulheres. O consumo de canábis diminuiu mais entre os jovens de 18-24 anos mas o de ecstasy diminuiu mais nos de 25-34 anos.
A manutenção dos efeitos da crise pandémica que se continuarão a fazer sentir a médio prazo, associados a uma eventual crise económica e à necessidade de um de reforço investimento em políticas de prevenção, são aspetos importantes a ter em consideração.
O EWSD é uma iniciativa do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, implementado em colaboração com os Pontos Focais de vários países da União Europeia, entre os quais Portugal, através do SICAD.
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