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PROGRAMA PORLISBOA (QREN)
  • Operação 7 - Acções de Redução de Riscos e Minimização de Danos

    Investimento Elegível: 101. 838,31€ ; FEDER – 81.470,65 €

    Período de execução: 07/2009 a 06/2012

    Memória descritiva:

    A intervenção desenvolvida no âmbito da operação 7, na área da Redução de Riscos e Minimização de Danos dos comportamentos aditivos e dependências (CAD) visou responder às necessidades identificadas na zona do Bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa: sinalização da existência de  toxicodependentes de rua, manifestando um número considerável destes indivíduos, práticas de consumo de risco (consumo por via endovenosa, partilha de seringas, etc.) e claras dificuldades de acesso a estruturas de suporte às suas problemáticas.

    Através desta intervenção de proximidade, junto destes indivíduos, pretendeu-se minimizar percursos de exclusão social e reduzir o risco de comorbilidade física, nomeadamente, doenças infecciosas. Sabendo-se que este grupo de indivíduos apresenta inúmeras vulnerabilidades e é também caracterizado por uma precariedade social, nomeadamente, população sem abrigo, desempregada e/ou com baixa escolaridade, a componente de intervenção psicossocial foi também crucial na intervenção realizada. Esta intervenção ao nível do património humano e na minimização de problemáticas de saúde e sociais neste território foi claramente uma mais valia para o bom desenvolvimento do Programa PORLISBOA.

    O projeto de intervenção da operação 7, foi desenvolvido através de uma Equipa de Rua Lisboa II, gerida pela Crescer na Maior – Associação de Intervenção Comunitária,  entidade selecionada e financiada ao abrigo do Dec-Lei n.º 183/2001, de 21 de Junho e das Portarias n.º 748/2007 e 749/2007, de 25 de Junho. A sua intervenção, para além das freguesias abrangidas pelo PA da Mouraria, estende-se a outras da cidade de Lisboa, tendo sido, por isso, estabelecida apenas uma afectação parcial da sua acção a esta Operação 7 - Acções de Redução de Riscos e Minimização de Danos.

  • A intervenção em RRMD da Equipa de Rua

    Objetivos:

    - reduzir comportamentos de riscos associados ao consumo de drogas;

    - aumentar o nível de proximidade dos indivíduos às estruturas de suporte às suas problemáticas;

    - aumentar o nível de rastreio de doenças sexualmente transmissíveis e/ou tuberculose.

    Ações/Atividades:

    -  Divulgar utensílios e programas de redução de riscos;

    -  Fornecer informação no âmbito das dependências;-  Interagir com os consumidores face a situações de risco;

    -  Promover o encaminhamento adequado das pessoas em situação de risco;

    - Substituir seringas, de acordo com a lei.

    A equipa interveio sempre no sentido de evitar e minimizar os vários tipos de riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas, tanto ao nível físico, psíquico, como social: sensibilizando os utentes sobre os locais do corpo onde não deviam injetar, os riscos associados à partilha de material (evitando a partilha de material de consumo e/ou utilização desse material vezes repetidas), os riscos inerentes à recaída (o utente diminuiu a tolerância, não suportando fisicamente o consumo da quantidade que habitualmente consumia); uma maior preocupação por parte da população-alvo relativamente à troca do material de consumo – guardando as seringas e a prata utilizadas e esperando pela equipa para realizar a troca; maior conhecimento dos utentes relativamente aos riscos associados aos consumos por via endovenosa (alguns utentes que consumiam por via endovenosa passaram a consumir por via fumada  - no Intendente os consumidores por via endovenosa deram lugar aos consumidores por via fumada e aumentou o número de troca de pratas).

    Outro dos objectivos concretizados com esta intervenção teve a ver com a aproximação dos indivíduos toxicodependentes às estruturas de suporte às suas problemáticas. Nesse sentido, foram encaminhados utentes para estruturas existentes no terreno o que permitiu potenciar a ação junto desta população muito vulnerável e desorganizada do ponto de vista pessoal e social. São disso exemplo a ligação ao  Programa Substituição Baixo Limiar Exigência (Metadona); o acompanhamento dos utentes a outras instituições e consultas regulares, aproximando-os, desta forma, das estruturas de apoio nesta área. Estes apoios de natureza psicossocial e de aproximação  aos serviços de cuidados médicos foi uma ação fulcral deste projeto, podendo constatar-se que, apesar das dificuldades inerentes a uma ação junto desta população, se conseguiu minimizar os riscos ao nível da saúde individual e pública, quer através dos rastreios e apoios médicos realizados, quer pelo apoio social e iniciativas de inclusão social, que representaram ganhos sociais e em saúde.Relativamente ao terceiro objetivo foram realizados os rastreios possíveis, dentro das limitações inerentes às dificuldades de mobilização deste tipo de população, sendo que através desta medida se visou minimizar graves riscos ao nível da saúde pública, e ao mesmo tempo se desenvolveu um conjunto de medidas preventivas de comportamentos de risco dos próprios indivíduos.

    A equipa encaminhou utentes para consultas de especialidade de infecciologia desenvolvendo uma intervenção continuada com estes utentes e realizando um trabalho de motivação para tratamento.

    O estabelecimento de parcerias foi outro dos pontos fortes desta intervenção,  visto que através deste trabalho em rede se visou constituir e reforçar a articulação entre os vários serviços de apoio a necessidades ligadas, diretamente à toxicodependência, mas também às comorbilidades físicas e psíquicas associadas, bem como aos problemas de desinserção social, decorrentes da situação de desorganização típica dos consumidores de drogas.

    De entre articulações, formais e informais, e serviços de referenciação, refiram-se: Associação Nacional de Farmácias; Comissão Nacional VIH/SIDA; Centros de saúde; Centro de Diagnóstico Pneumológico; UD/ Centro das Taipas; Equipa de Tratamento de Xabregas; GAF do PSBLE; Centro de Acolhimento de Alcântara; Centro de Abrigo do Beato; Centro Ocupacional; Comunidades Tarapêuticas; Comissão de Disssuasão da Toxicodependência; serviços da Segurança Social; Forças de Segurança, entre outras.

    Relativamente à operação 7, esta  integrou o conjunto das intervenções do Programa PORLISBOA e, nesse sentido, sempre que este era apresentado publicamente, em ações de divulgação ou através do site e mailing eletrónico do mesmo, fazia-se, obviamente, também referência a esta vertente da intervenção no Bairro da Mouraria. Também em reuniões de trabalho com parceiros da área das Toxicodependências e comportamentos aditivos foi feita referência, repetidas vezes, à intervenção de RRMD em curso na Mouraria e ao seu enquadramento no Programa QREN.

    Por força da natureza desta intervenção (ação junto de uma população marginalizada e vulnerável do ponto de vista da saúde física e psicossocial, em que é aspeto fulcral ganhar a confiança dos utentes para realizar esta intervenção de proximidade) importa que a aproximação aos toxicodependentes se faça de forma discreta, evitando uma exposição que só reforçaria o seu retraimento na procura de ajuda.

    Contudo, apesar destas condicionantes técnicas de confidencialidade e discrição éticas, selecionámos algumas fotografias que pretendem ilustrar a presença discreta e próxima da equipa técnica no terreno, bem como a situação de vulnerabilidade psicossocial em que se encontram muitos dos utentes, alvo deste tipo de apoio no âmbito da RRMD.

     

    PORlisboa_1.jpg        porlisboa_2.png  porlisboa_3.png        porlisboa_4.png 
     

    A planta do território, que aqui juntamos, permite também localizar com maior facilidade o terreno onde a  intervenção decorreu, deixando também como ponto de georeferenciação um local estratégico neste território: o Largo do Intendente.

     
     
    porlisboa_7.png
     
     
     

    porlisboa_mapa1.png

     

    Nota final: Esta intervenção em RRMD, através de uma Equipa de Rua teve continuidade, para além do período de financiamento do QREN, estando a decorrer ainda em 2014. Foi entendido que os ganhos em termos de saúde individual e de saúde pública, decorrentes de uma intervenção de proximidade junto de uma população altamente vulnerável e em risco de exclusão social que necessita de apoio psicossocial, ainda mais numa conjuntura de enorme constrangimento financeiro com necessárias repercussões ao nível social, designadamente, uma  possível intensificação de fenómenos de marginalização que uma intervenção deste tipo visa minimizar, reduzindo os comportamentos de risco, minimizando os danos associados ao consumo e aproximando estes indivíduos dos sistemas de cuidados de saúde e de apoio social.
     
     
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