Pensar a intervenção preventiva e promover a sua qualidade e
eficácia é um desafio que passa pela atualização permanente de conhecimentos e
pela conceptualização e operacionalização de políticas e programas específicos.
Segundo o Observatório Europeu das Drogas e Toxicodependência (OEDT) e o United
Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), verifica-se a necessidade de
continuar a caminhar no sentido de garantir a qualidade e a eficácia da
intervenção preventiva, baseando-a na evidência científica e em critérios de
qualidade que se constituam como orientadores para o cumprimento desse objetivo.
Os critérios de qualidade são princípios ou conjuntos de regras consensualmente
aceites que sistematizam e indicam qual o melhor ou mais apropriado modo de
pensar e implementar e avaliar uma intervenção. Os critérios incluem aspetos
formais e metodológicos que se prendem com o desenho de uma intervenção e a
dimensões estruturais relativas à sua implementação e avaliação (EMCDDA, 2010,
UNODC, 2012).
Do ponto de vista
metodológico, o OEDT e a Comissão Europeia no âmbito dos Quality Standards,
recomendam o Modelo Lógico como a metodologia preferencial para o desenho de
projectos, na medida em que se tem revelado facilitadora da definição de
intervenções com resultados positivos para os grupos-alvo (EMCDDA, 2010; W.K.
Kellogg Foundation, 2004; Chinman, IMM & Wandersman, 2004).
A intervenção preventiva no quadro do modelo de intervenção
português nos CAD e das medidas em vigor no domínio da procura, preconiza o
cidadão como o centro da conceptualização do quadro das opções das políticas e
intervenções, desenhadas e orientadas no presente período estratégico da
intervenção por etapas do ciclo de vida e contextos de pertença. A área da
Prevenção perspectiva-se de uma forma global e integrada, desenvolvida em
conjunto e de forma articulada com outros setores públicos e parceiros
estratégicos governamentais e não-governamentais e da sociedade civil. Preconiza-se
igualmente a necessidade de impulsionar intervenções fundamentadas na evidência
científica e nas melhores práticas, baseadas em avaliações e diagnósticos e
ainda num planeamento ajustado às necessidades e características dos indivíduos,
dos grupos, dos contextos e das comunidades.