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​REFLETIR O PRESENTE E PROJETAR O FUTURO NO SEGUNDO DIA DO ENPCAD27/11/2020

O Encontro Nacional de Profissionais de CAD teve ontem, 26 de novembro, o seu segundo dia composto por três painéis. No primeiro, “O futuro começa agora”, foi apresentada a situação epidemiológica nacional 2012-2020 e foi tratada a transversalidade das abordagens. Os dois painéis seguintes foram: “Inovação e descriminalização 20 anos depois” e “Guidelines para a intervenção na área do jogo”, onde foi analisado o trabalho desenvolvido. Neste mesmo dia, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, deixou uma mensagem de incentivo e de esperança no futuro. 

A moderação do painel da manhã esteve a cargo de Manuel Cardoso, Subdiretor-Geral do SICAD, que referiu que um dos objetivos deste encontro é “sabermos o que correu mal e o que correu bem no que foi feito relativamente ao Plano Nacional 2012-2020, e perspetivarmos o futuro”. A seguir, foi apresentada a situação epidemiológica nacional, referente ao mesmo período de tempo, e os oradores convidados pronunciaram-se sobre a transversalidade das abordagens.

Paulo Jesus, coordenador do CRI do Alentejo Central e coordenador regional para a área da prevenção e intervenção comunitária da DICAD da ARS Alentejo, considerou que falar de futuro nos tempos que vivemos é uma ousadia, e que a existência de uma cultura da prevenção pode influenciar, positivamente, os números relativos aos CAD. 

Jorge Barbosa, coordenador do CRI Porto Oriental, salientou que perspetivar o futuro terá de ser precedido de uma análise do percurso histórico das nossas instituições, defendeu a melhoria da comunicação com os cidadãos, e previu que os migrantes serão, no futuro, um próximo grupo de intervenção.

Paula Carriço, coordenadora técnica do CRI de Coimbra, defendeu que as equipas multidisciplinares são essenciais para a transversalidade, que é necessário colocar o sonho na ação e que para melhorar a intervenção é necessário assegurar de forma transversal e descentralizada, os diversos gestores e atores da ação. 

Ana Catarina Antunes, enfermeira coordenadora da Unidade de Alcoologia de Lisboa (UA), salientou que o tratamento do problema do álcool não é apenas retirar a substância mas, também, reintegrar os utentes, tendo considerado importante para o futuro um maior investimento na área dos CAD e o efetivo reconhecimento das UA. 

Adriana Curado, cocoordenadora e psicóloga no Programa de Consumo Vigiado de Lisboa, afirmou que a pandemia agravou as dificuldades existentes e pré-existentes, mas também proporcionou uma maior comunicação e articulação entre os parceiros no terreno. Considerou importante no futuro, a adaptação dos serviços às situações das pessoas e que o trabalho em rede tem também de ser de proximidade. 

Luís Machado, coordenador da Saúde Mental e diretor técnico, clínico do Centro de Solidariedade de Braga – Projeto Homem e diretor clínico e técnico da comunidade terapêutica do Projeto Homem do Centro Paroquial Interparoquial de Abrantes, afirmou que as comunidades terapêuticas estão preparadas para a transversalidade, considerou um erro integrar nas Comunidades Terapêuticas tradicionais, dependentes do jogo, e defendeu a criação de um organismo central único, no futuro. 

Ana Soledade, responsável pela área da prevenção no CRI de Leiria, apresentou o programa Like Saúde, que considerou ser uma metodologia de intervenção. 

No início dos trabalhos da tarde, foi divulgada uma mensagem, em vídeo, do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que deixou um agradecimento às equipas que continuam a acompanhar no terreno os mais vulneráveis, e ao SICAD, por ter habilitado os profissionais com equipamento de proteção individual. Prometeu, igualmente, novidades para breve sobre o trabalho de reorganização dos serviços. 

O primeiro painel vespertino “Inovação e descriminalização 20 anos depois” teve como moderador o Diretor-Geral do SICAD, João Goulão, que afirmou que “ o primeiro ganho de termos este encontro é a alegria de estarmos juntos”.

João Bezerra Silva, conselheiro na missão de Portugal junto da ONU, em Viena, destacou que o modelo português é, hoje, um exemplo de boas práticas a nível internacional, acrescentando que a desconfiança inicial sobre o mesmo durou bastantes anos mas foi ultrapassada pelos resultados. 

Sofia Albuquerque, responsável pela área da dissuasão do SICAD, afirmou que a descriminalização surgiu como uma das 13 medidas a serem implementadas no âmbito da Estratégia Nacional de Luta Contra a Droga e que o Modelo de Intervenção em Dissuasão partiu da componente jurídica, mas procura a forma de lidar com as pessoas com estes problemas. 

Joana Alves, vogal da CDT de Braga, deixou o desafio do alargamento do modelo de intervenção em dissuasão às infrações rodoviárias sob o efeito do álcool, e deixou uma pergunta: que tipo de consumidores de álcool são os condutores fiscalizados e identificados? 

José Quaresma, Juiz Desembargador, afirmou que o sucesso do modelo português e da mudança de paradigma está na perspetiva, não punitiva, mas mais de saúde pública, e que apenas as infrações leves são passiveis de intervenções concorrentes. 

O segundo painel vespertino “Guidelines para a intervenção na área do jogo”, moderado por Domingos Duran, Chefe de Divisão de Intervenção Terapêutica da Direção de Serviços de Planeamento e Intervenção do SICAD, teve como oradores Hélder São João, chefe de enfermagem e membro da Comissão Executiva Permanente da Direção de Enfermagem da DICAD, da ARS Norte; Natália Nogueira, enfermeira clínica a exercer funções no CRI de Castelo Branco; e Paula Santos, psicóloga, a exercer funções na UD-Centro das Taipas, em Lisboa, que testemunharam a sua experiência enquanto membros do grupo de trabalho do qual resultou a publicação das “Linhas Orientadoras para a Intervenção na Perturbação do Jogo”, e na subsequente divulgação e informação nas regiões a que pertencem. 

O terceiro e último dia do ENPCAD, decorre hoje e abordará o Plano Nacional para a redução dos CAD 2021-2025. Inclui cinco workshops sobre dependências sem substância, respostas inovadoras, prevenção ambiental, populações vulneráveis, e inovação no Plano Nacional.  

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