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 Revista toxicodependências

 
Revista nº: 3/2006
(0S) COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA A SAÚDE CONTRA A ADOLESCÊNCIA?

Carlos Farate

RESUMO
Na linha da interrogação que permeia este texto, e lhe serve de título, o autor começa por fazer uma reflexão crítica sobre a colocação preventiva habitual do discurso clínico corrente sobre a adolescência e consumo de substâncias psicoactivas. Considera que este hábito mental é cientificamente redutor já que treslê o facto epidemiológico da co-ocorrência dos comportamentos de risco para a saúde e de estados mentais patológicosdurante a adolescência, por um lado, e, por outro, simplifica as novas propostas nosológicas - "perturbações aditivas" e "comportamentos de dependência". De facto, estes sistemas de diagnóstico, baseados na tríade compulsão à repetição, impulsividade e deficiente assertividade social, suscitam a pesquisa de um novo paradigma teórico assente na dialéctica dos contributos da neurobiologia, da epidemiologia genética e da psicopatologia estrutural, em particular dos modelos de orientação psicodinâmica e sistémica, para a compreensão clínica dos comportamentos de consumo de substâncias psicoactivas. Estes propósitos teóricos são ilustrados por 2 vinhetas clínicas e resultam na elaboração de um conjunto de reflexões finais sobre a melhor forma de resolver as contradições preventivas que (ainda) afectam a percepção da eficiência e, sobrtetudo, o racicocínio sobre a efectividade das acções de prevenção empreendidas aos níveis local, regional ou nacional.
Palavras-chave: Adolescência; Comportamentos de risco; Diagnóstico; Paradigma aditivo; Modelo(s) neurobiológico(s); Compreensão psicopatológica.


RÉSUMÉ
 Dans ce texte, l'auteur propose, tout d'abord, une approche critique sur la colocation préventive du discours clinique courant sur l'adolescence et l'usage de substances psychoactives. Il considère que cette habitude mentale est scientifiquement rédutrice, puisqu'elle ne met pas en valeur le fait épidémiologique qui nous renseigne sur la co-occurrence des conduites à risque pour la santé et pour des états mentaux pathologuiques à l'adolescence. Par ailleurs, une telle mentalité "simplifie" aussi l'importance clinique attribuable aux nouvelles propositions nosologuiques - "troubles additifs" et "conduites de dépendance". En effet, ces deux systèmes de diagnostique, sont basés sur la triade compulsion à la répétition, impulsivité et déficit dans l'orientation social des comportementset font appel à la recherche sur un nouvea paradigme théorique étayé sur la dialectique des apports de la neurobiologie, de l'épidémiologie génétique et de la psychopathologie structurale (en particulier des modèles d'orientation psychodynamique et systémique) á la compréhension clinique des conduites de consommation de substances psychoactives. Ces propos théoriques sont illustrés à l'aide de 2 vignettes cliniques et donnent lieu à un emsemble de réflexions finales sur lameilleure façon de résoudre les contardictions préventives qui gâchent (toujours) la perception de l'efficience, et surtout le raisonnement sur le caractère effectif, des stratégies de prévention entreprises au niveau locla, régional ou national.
Mots-clé: Adolescence; Comportements de risque; Diagnostique; Paradigme aditif; Modèle(s) neurobiologique(s); Compréhension psychopathologique.


ABSTRACT
In this text the author begins by proposing a critical reflection on the way the clinical discourse tends to repeatedly approach the issue of adolescence and substance use as an almost exclusive preventive policy matter. He sees this line of thought as scientifically narrow sighted, since it misreads the well-documented co-occurrence of health compromising behaviours and mental pathology at adolescence. On the other hand, it also eludes the clinical relevance of recent nosologic proposals, in this field like, for instance, the notins of "addictive disorders" and "dependency behaviours". In fact, these diagnostic systemsbased on the triad compulsive actiong, impulsivity and low social oriented behaviour call for the research of a new theoretical paradigm forthe clinical understnading of these behaviours based on the dialetics of neurobiology, genetic epidemiology and structural psychopathology (especially of psychodynamicand systemic orientation). These theoretical purposes are subsequently illustrated by 2 clinical vignettes. Finally, the author proposes a set of reflections of the issue of soving preventive contradictions still affecting the perception of efficiency and especially the reasoning about the effectiveness of prevention actions conducted at local, regional or national level.
Keywords: Adolescence; Risk behaviours; Diagnosis; Addictive paradigm; Neurobiological models; Psychopathological understanding.


2006_03_TXT3.pdf
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