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Revista toxicodependências

 
Revista nº: 1/2008
CONSUMOS E COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE RISCO NA NOITE DE COIMBRA

LURDES LOMBA, JOÃO APOSTOLO , HELENA LOUREIRO , JOÃO GRAVETO, MARGARIDA SILVA, FERNANDO MENDES

RESUMO
Objectivo: Caracterizar o consumo de substâncias psicoactivas e comportamentos sexuais de risco dos jovens frequentadores de locais recreativos nocturnos de Coimbra.
Background: Os contextos recreativos nocturnos tornaram-se num espaço-chave de socialização em que os jovens participam activamente, mas a cultura hedonísta que lhes está associada tem incrementado os consumos de álcool e drogas e a adopção de comportamentos sexuais de risco.
Método: Amostra: 143 jovens seleccionados por variação da RDS (Respondent-driven sampling), em contextos recreativos de Coimbra. Idade média: 21,76 anos; 51,05 % masculino; 48,95 % feminino; 81,12% com frequência universitária. Instrumento: “Questionário de Caracterização da População” que integra o ECRIP - Estudo da Cultura Recreativa como Instrumento de Prevenção (IREFREA, 2006).
Resultados: As substâncias mais consumidas são álcool (95,10%), tabaco (79,72%) e cannabis (65,73%). Nos jovens sexualmente activos, a média de parceiros sexuais foi de 2,66 (DP = 3,57). Neste grupo, 64,52% teve relações sexuais sob o efeito de álcool e 29,84% sob o efeito de drogas.
40,33% nunca ou quase nunca usou preservativo e 9,64% reconheceu não o ter usado por estar “bêbado” ou “pedrado”. 14,69% teve relações sexuais devido ao consumo de drogas/álcool, das quais se arrependeu posteriormente e 26,61% fizeram rastreio de IST’s.
Conclusões: Verifica-se uma prevalência elevada do consumo de álcool e drogas e indicadores de comportamentos sexuais de risco. Os jovens demonstram percepção do risco de alguns comportamentos sexuais e reconhecem o consumo como factor de risco conducente à adopção desses comportamentos.
A partir dos resultados, analisam-se respostas locais de intervenção comunitária e discutem-se implicações preventivas.
Palavras-chave: Ambientes recreativos nocturnos; Consumo de substâncias psicoactivas; Comportamentos sexuais de risco.


RÉSUMÉ
Objectif: Caractériser la consommation de substances psychoactives et les comportements sexuels à risque chez les jeunes qui fréquentent des lieux de loisirs nocturnes à Coimbra.
 Rappel des faits: Les contextes de loisir nocturnes, où les jeunes participent activement, sont devenus un secteur clé de la socialisation, mais la culture hédoniste que leur est associée a propagé la consommation d’alcool et de drogues, ainsi que l’adoption de comportements sexuels à risque.
Méthode: Échantillon: 143 jeunes sélectionnés par la variation de RDS (Respondent-driven sampling (échantillonnage guidé par les répondants) dans des contextes récréatifs de Coimbra. Moyenne d’âge: 21,76 ans, 51,05% d’hommes, 48,95% de femmes, 81,12% fréquentant l’Université.
Instrument: “’Enquête de Caractérisation de la Population”, qui incorpore l’ ECRIP - Étude de la culture récréative comme un outil de prévention (IREFREA, 2006).
Résultats: Les substances les plus consommées sont l’alcool (95,10%) le tabac (79,72%) et le cannabis (65,73%). Chez les jeunes sexuellement actifs, le nombre moyen de partenaires sexuels a été 2,66 (DP = 3,57).
Dans ce groupe, 64,52% ont eu des rapports sexuels sous l’influence de l’alcool et 29,84% sous l’influence des drogues. 40,33% n’ont jamais, ou presque jamais, utilisé le préservatif et 9,64% ont reconnu ne pas l’avoir utilisé à cause d’ être “ivre” ou “drogué”. 14,69% ont eu des relations sexuelles que plus tard ont regretté, à cause de l’utilisation de drogues / alcool, et 26,61% ont fait des analyses diagnostiques des ISTs (Infections Sexuellement Transmissibles).
Conclusions: Il y a une prévalence élevée de la consommation de drogues et d’alcool et des indicateurs de comportements sexuels à risque.
Les jeunes font preuve de percevoir le risque lié à certains comportements sexuels et ils reconnaissent que la consommation constitue un facteur de risque pour l’adoption d’un tel comportement.
D’après les résultats, on analyse les réponses locales d’intervention communautaire et on discute des implications préventives.
Mots-clé: Lieux de loisir nocturnes; Consommation de substances psychoactives; Comportements sexuels à risque.


ABSTRACT
Aim: To characterize the consumption of psychoactive substances and sexual risk behaviour among young people in night recreational settings in Coimbra. Background: Recreation settings have become key places of socialization in which young adults participate actively. Yet the hedonistic culture associated with this social phenomenon has promoted the consumption of alcoholic drinks and the use of drugs, as well as the engagement in sexual risk behaviour.
Method: Sample: 143 teenagers were selected by variation of RDS (Respondent Driven Sampling), in the recreational settings of Coimbra.
Average age: 21,76; 51,05% male; 48,95% female; 81,12% university students. Instrument: Characterization of the Population Questionnaire, which integrates the ECRIP – “Study of recreative culture as a means of prevention“(IREFREA, 2006).
Results: The most used substances are alcohol (95,10%), tobacco (79,72%) and cannabis (65,73%). The average number of sexual partners per sexually active persons was of 2,66 (SD=3,57). In this group, 64,52% experienced sex under the effects of drugs. 40,33% never/seldom used a condom and 9,64% admitted not having used a condom due to being “drunk” or “stoned”. 14,60% had engaged in sexual activity due to the consumption of drugs and alcohol, having regretted it later. 26,61% undertook medical tests for STIs (Sexually Transmitted Infections).
Conclusions: There are high levels of drug and alcohol consumption and indicators of risky sexual behaviour. Young people are aware that some types of sexual behaviour are risky and acknowledge that the consumption of substances is a risk factor leading to such behaviour.
Considering these results, local community intervention proposals are analysed and preventive implications are further discussed.
Keywords: Night recreational settings; Consumption of psychoactive Substances; Sexual risk behaviours.


art05_vol14_N1.pdf
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