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 Revista toxicodependências

 
Revista nº: 1/1995
UM ANO DE TRATAMENTO DE HEROINODEPENDENTES COM NALTREXONE E ABORDAGEM FAMILIAR (TRATAMENTO COMBINADO E POR ETAPAS EM AMBULATÓRIO. TRABALHO DE CAMPO REALIZADO NO CAT DO RESTELO DO SPTT)

Domingos Neto

RESUMO:
O autor e investigadores associados trataram, durante um ano, 63 heroinodependentes, admitidos consecutivamente na consulta externa de um serviço público de atendimento de toxicodependentes, em Lisboa.
Usaram um método terapêutico que recorre à desintoxicação física, realizada predominantemente em casa e sob a responsabilidade dos pais, seguida por consultas familiares que incluíam ouvir separadamente e em conjunto os adictos e os seus pais.
O tratamento baseou-se na abstinência de drogas e incluía a administração de um antagonista opióide, denominado naltrexone, dado a tomar ao jovem por pessoas que tivessem autoridade, influência e afeto sobre ele, nomeadamente os seus pais. 70% dos jovens aderiram ao método e conseguiram um total de 35,5 semanas de abstinência. Ao fim de um ano de tratamento 57% destes estavam abstinentes e com parâmetros psicossociais e de emprego bastante melhores. Na totalidade, 40% da amostra inicial de 63, continuava a aderir ao tratamento, e abstinente, no final do ano de estudo.
Este tratamento consumiu apenas, em média para cada caso, uma consulta em cada 23 dias. Apenas 2 destes jovens (4,5%) requereram uma psicoterapia semanal adicional durante um certo tempo, e 3 (6,8%) necessitaram tomar uma medicação psicotrópica fora do período da desintoxicação.
Palavras-chave: Dependência; Heroína; Naltrexone; Terapia familiar.


RÉSUMÉ:
L'auteur et des chercheurs associés ont traité pendant une année 63 dépendants d'heroíne, admis consécutivement dans la consultation externe d'un service public de traitement de toxicomanes, à Lisbonne.
Ils ont utilisé une méthode thérapeutique qui fait recours à la désintoxication physique realisée chez le toxicomane sous la responsabilité des parents, suivie de consultations à la famille que comprennaient l'écoute, séparément et ensemble, du toxicomane et de ses parents.
Le traitement est fondé sur la privation de drogues et inclue l'administration d'un antagoniste opiacé nommé Naltrexone, qui est donné au toxicomane par quelqu'un qui a sur lui de l'autorité, de l'influence et de l'affection, notamment ses parents.
70% des jeunes ont adheré à cette méthode et ont obtenu un total de 35,5 semaines de privation. Après une année de traitement 57% de ces jeunes étaient encore abstinents et présentaient des paramètres psycho-sociaux et d'emploi bien meilleurs. Dans la totalité 40% de l'échantillon initial de 63, continuait à adherer au traitement et était encore abstinent à la fin de l'année d'étude.
Ce traitement a eu besoin seulement, en moyenne, pour chaque cas, d'une consultation chaque 23 jours. Seulement 2 de ces jeunes (4,5%) ont eu besoin d'une psychothérapie hebdomadaire pendant un certain temps et 3 (6,8%) ont eu besoin de prendre une médication psychotrope en dehors de la période de désintoxication.
Mots-clé: Dépendence; Héroine; Naltrexone; Thérapie familiale.


ABSTRACT:
The author and associated researchers have treated for a year, 63 heroin addicts, admitted consecutively in the external consultation of a public service of drug addict's attendance, in Lisbon.
They used a theurapeutic method that resorts to physical desintoxication predominantly made at home under the responsibility of parents, followed by family sessions where drug addicts and their parents were listened to (separately or together).
The treatment was based on drug abstinence and included the administration of an opiate antagonist named Naltrexone, that was given to the patient by people who had towards him authority, influence and affection, namely his parents.
70% of the patients adhered to the method and achieved a total of 35,5 weeks of abstinence. By the end of one year of treatment 57% of these remained abstinent and presented much better psycho-social and employment parameters. On the whole, 40% of the initial sample of 63, continued to adhere to treatment and remained abstinent by the end of the year.
This treatment required only, for each case, an average of one consultation every 23 days. Only 2 of these patients(4,5%) required for some time, an aditional weekly psychotherapy; 3 (6,8%) required a psychotropic medication out of the desintoxication period.
Key Words: Drug dependence; Heroin; Naltrexone; Family therapy.


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