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Revista toxicodependências

 
Revista nº: 1/1997
UNE ADDICTION EXEMPLAIRE: LE JEU PATHOLOGIQUE

M. Valleur et C. Bucher

RESUMO
Numa grande parte da literatura científica internacional, o jogo patológico é considerado como uma entidade recente, instituída como tal pelo DSM-III em 1980. Esta novidade afirmada deve ser o primeiro motivo de espanto para o investigador, no que diz respeito a uma problemática individualizada desde a antiguidade. O estudo de diferentes dimensões do fenómeno (epidemiologia, história, sociologia, antropologia, estudos clínicos e propostas terapêuticas, etc...), mostra que as discussões a seu respeito se podem aplicar ao conjunto das toxicomanias. Estas, no seu conjunto, só podem ser abordadas através de modelos complexos, tendo em conta as dimensões biológicas, pessoais, sócio-culturais...
Os autores propõem aqui um modelo das toxicomanias baseado nas noções de dependência e de comportamento ordálico, o qual se aplica em especial à compreensão do jogo compulsivo, excessivo, dostoievskiano, ou jogo patológico.
Por estar assim situado no centro de um continuum das próprias toxicomanias, da mais "banal" como o tabagismo; à mais ordálica, como a dependência atual das drogas ilícitas, o jogo explica as diferentes dimensões destes comportamentos: dependência, abandono de si, desubjetivação por um lado, desafio, experiência, busca de sentido, por outro. Ao lugar ambíguo do jogo na sociedade corresponde a complexidade, o paradoxo aparente de um comportamento ao mesmo tempo rotineiro e transgressivo.
Palavras-chave: Dependência; Jogo patológico; Modelos conceptuais.


RÉSUMÉ
Pour une grande part de la littérature scientifique internationale, le jeu pathologique est considéré comme une entité récente, instituée comme telle par le DSM III en 1980. Cette nouveauté affirmée doit être le premier objet d'étonnement du chercheur, en ce qui concerne une problématique individualisée depuis l'antiquité. L'étude de différentes dimensions du phénomène (épidémiologie, histoire, sociologie, anthropologie, études cliniques et propositions thérapeutiques, etc...), montre que les discussions le concernant peuvent s'appliquer à l'ensemble des addictions.
Celles-ci, dans leur ensemble, ne peuvent être abordées que par des modèles complexes, prennant en compte les dimensions biologiques, personnelles, socio-culturelles...
Les auteurs proposent ici un modèle des addictions basé sur les notions de dépendance et de conduite ordalique, qui s'applique particulièrement à la compréhension du jeu compulsif, excessif, "dostoievskien", ou jeu pathologique. D'être ainsi situé au centre d'un continuum des différentes addictions elles-mêmes, de la plus "banale" comme le tabagisme, à la plus ordalique, comme la toxicomanie actuelle aux drogues illicites, le jeu éclaire les différentes dimensions de ces conduites: dépendance, abandon de soi-même, désubjectivation d'un côté, défi, épreuve, quête de sens de l'autre. A la place ambigue du jeu dans la société répond la complexité, le paradoxe apparent d'une conduite à la fois routinière et transgressive.
Mots-clé: Dépendence; Jeu pathologique; Modèles concéptuels.


ABSTRACT
In great part of the international scientific literature, pathological game is considered to be a recent entity, instituted as such by the DSM-III in 1980. This affirmed novelty must be the researcher's first reason of wonder, concerning one's own problems since old times. The study of the phenomenon diverse dimensions (epidemiology, history, sociology, anthropology, medical studies and therapeutical proposals, etc...), shows that related discussions may be applied to the addictions set. These, in its entirety, can only be approached by complex models, considering biological, personal, socio-cultural dimensions...
The authors propose here an addiction model based on dependence and ordalic behavior notions that is particularly applied to the compulsive, excessive game comprehension, or pathological game.
Just because he is placed in the middle of a continuum of drug addictions themselves, from the trivialest such as the tobaccoism, to the ordealest, such as the present illegal drugs addiction, the game explains these conducts different dimensions: dependence, self denial, desubjectivation on the one hand, challenge, experience, search for a meaning, on the other hand.
To game's ambiguous place in society corresponds complexity, the apparent paradox of a routinary and transgressive conduct at the same time.
Keywords: Dependence; Pathological gambling; Conceptual models.


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