Nas diferentes civilizações, o consumo do álcool adquiriu grande importância, apesar de algumas religiões, como o Islão, o terem restringido ou proibido. Esta situação parece ser uma consequência da Revolução Neolítica (último período da idade da pedra) em que ocorre:
formação das primeiras comunidades;
alteração do estilo nómada para sedentarismo;
cultivo abundante de frutas e cereais;
produção novos instrumentos (em pedra);
desenvolvimento da cerâmica, olaria e tecelagem.
Alguns registos históricos relatam que:
Hamurabi, Rei Babilónio, amparava as pessoas que bebiam cerveja ou vinho de palma e dava ordens de execução aos taberneiros que adulterassem a qualidade das bebidas.
Os antigos Egípcios, que tinham destilarias, prestavam culto a Osírio como forma de agradecimento pela dádiva da cevada.
Os Gregos que transferiam esse mesmo culto para Dionísio, tinham por hábito oferecer bebidas alcoólicas a deuses e soldados, utilizando-as também como facilitadoras de relações interpessoais, nomeadamente nos symposia (banquetes com fins recreativos e para discussão de ideias filosóficas e políticas).
Os Romanos agradeciam a Baco a criação do "vinho divino" e ofereciam um forte contributo para a regulação da produção de vinho e sua divulgação em toda a Europa.
O vinho tornou-se num fenómeno universal. Surgem as Taberna como:
O álcool desempenhou um papel importante a nível da religião:
Na Bíblia existem inúmeras alusões ao vinho. O recurso ao vinho em cerimónias religiosas não se encontra somente no Cristianismo, existindo também registos sobre os Aztecas, à religião chinesa, passando pelo hinduísmo e o sistema religioso Bantu.
A destilação de bebidas deve-se aos árabes, mas o seu desenvolvimento industrial começou nos países cristãos do mediterrâneo a partir do século XII. Somente no século XIV é que esta tecnologia tem implantação no resto da Europa.
Durante a Idade Média, o álcool esteve intimamente associado à saúde e ao bem-estar sendo conhecido pela designação de aqua vitae. No final do século XVI é adoptada o termo Álcool, com origem na palavra grega alkuhl que se refere ao espírito que se apodera de todo aquele que se atreve a abusar dos produtos fermentados.
A Revolução Industrial, século XIX, abre caminho para uma maior expansão do mercado dos destilados. As pessoas começam a ingerir mais bebidas alcoólicas, surgindo assim alguns problemas de saúde relacionados com esse consumo.
Embora os efeitos do álcool sejam conhecidos desde a Antiguidade, os fenómenos do alcoolismo crónico eram, então, desconhecidos. Só a embriaguez era referida entre as perturbações ligadas ao uso de bebidas alcoólicas.
Na segunda metade do século XIX, surge o conceito de alcoolismo como doença.
A França foi dos países que mais cedo começou a valorizar o crescente consumo médio anual de álcool.
Portugal situa-se entre os países de maior produção e consumo de álcool.
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento de consumo em alguns países da Europa, no qual Portugal e França continuam a ocupar posições cimeiras entre os maiores produtores e consumidores.
À semelhança do que tem acontecido em outros países, também em Portugal os hábitos tradicionais de consumo de bebidas alcoólicas parecem ter sofrido alterações, tais como:
aumento do consumo de cerveja;
aumento do consumo de bebidas alcoólicas pelas mulheres;
aumento do consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens;
aumento do consumo de bebidas destiladas (aperitivos, whisky, licores, cocktails);
aumento de bebidas "novas" (sumos com álcool, redbull com vodka, shots,...).
Em Portugal, calcula-se que existam mais de meio milhão de alcoólicos crónicos. E segundo novas estatísticas morrem em média, por dia, 20 pessoas com problemáticas relacionadas com o álcool.
Apesar do álcool ser considerado uma droga legal, este apresenta-se como o maior problema de toxicodependência a nível nacional.