Nos séculos XII e XIII:
a cocaína deu origem a inúmeros confrontos, no continente Sul Americano.
os Incas, em 1315, conseguiram o controlo absoluto da cocaína. Para este povo, a cocaína era uma planta medicinal e sagrada, fazendo parte de rituais religiosos, profecias, cerimónias de casamento, funerais e iniciações rituais dos jovens nobres. No entanto, a sua utilização não era generalizada, sendo apenas acessível à elite Inca.
Aquando da conquista do Império Inca pelos espanhóis, a utilização de coca foi legalizada a toda a população, devido a uma ordem judicial de Filipe II. Nesta época, a coca, pelo seu efeito estimulante, chegou mesmo a ser um substituto para a comida.
Apenas em 1750, são enviadas as primeiras plantas para a Europa pelo botânico Joseph Tussie.
Entre 1844 e 1953, Wohler e Niemann estudaram os efeitos da cocaína.
Inicialmente foi usada por Aschenbrant (médico militar Baviero), num regime alpino como medicamento para a debilidade e diarreia. Este foi o tempo em que foi comercializada em grande escala, passando a ser constituinte de vários produtos como:
o vinho de Ângelo Mariani - Vin Mariani;
Várias personalidades fizeram uso da cocaína, tais como:
Em 1878, nos Estados Unidos da América, Bentley realçou as propriedades da cocaína como uma substância que inibe a acção do ópio, da morfina e do álcool.
Em 1884:
A Parke Davis e Merck entre outras farmacêuticas passaram a comercializar a cocaína em forma de extratos fluidos, vinho, oleatos e salicilatos, inaladores, sprays nasais e cigarros.
Em 1903, a cocaína foi removida da Coca-Cola.
Em 1914, a cocaína foi proibida nos EUA e mais tarde, em 1921, no Brasil. Em Portugal a cocaína passaria a ser ilegal em 1927, mas continuou a ser usada como medicamento até ter sido substituída pelas anfetaminas.
Até ao início dos anos 70, o consumo manteve-se bastante baixo, altura a partir da qual a cocaína começou a ser associada à imagem de êxito social. Tal facto, aumentou o consumo que se propagou às diferentes classes sociais e teve bastante aceitação entre os consumidores de outras drogas.
A chamada Base Livre foi uma forma de consumo iniciada nos anos 70, muito popular nos EUA. Nos finais dessa década ("free base house"), as complicações provocadas pela sua utilização, a perigosa elaboração do produto – porque o éter é muito inflamável – e o seu preço elevado fizeram com que esta prática não se generalizasse.
Por volta de 1980, o seu uso ficou restringido a determinadas pessoas, que a elaboravam a nível particular para o seu próprio consumo.
Uma pequena variação no processo de produção deu lugar ao aparecimento do "Crack" ou "Rock", de efeitos semelhantes mas com uma preparação muito mais simples do que a Base Livre.
Em Portugal: a cocaína apareceu no mercado negro nos anos 80. Isto porque o seu consumo e venda são ilegais. No início era uma droga de elite, mas rapidamente o seu uso se generalizou, tornando-se um problema de saúde pública.
Desde novembro de 2001 que a aquisição, a posse e o consumo de cocaína deixou de ser considerado crime em Portugal. O consumo foi descriminalizado, mas não despenalizado. Consumir cocaína, continua a ser um ato punível por lei, contudo deixou de ser um comportamento alvo de processo-crime (e como tal tratado nos tribunais) e passou a constituir uma contraordenação social.
Nos vários estudos epidemiológicos nacionais realizados ao longo dos últimos anos, o consumo de cocaína tem tido maior visibilidade do que o de heroína, surgindo já em vários dos estudos mais recentes, como a segunda droga mais consumida, embora com prevalências de consumo muito aquém das de cannabis e próximas às das restantes drogas.
Para mais informações podes consultar: Relatório Anual 2016 - A Situação do País em matéria de Drogas e Toxicodependências.pdf