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Substâncias Psicoativas

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Substâncias Psicoativas
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DERIVADOS DA CANNABIS
Histórico

cannabis_1.jpgSão compostos derivados de uma planta denominada Cannabis Sativa, que se cultiva em diversas zonas geográficas, uma vez que se adapta tanto a climas quentes como temperados, inclusive secos, sempre que tenha a necessária provisão de água. 

A Europa, e em particular a Espanha, foram grandes produtoras na primeira metade do passado século. De facto, atualmente, os principais produtores mundiais são os Estados Unidos, nomeadamente alguns estados do norte e centro do país.
 
Estamos perante uma planta cujo cultivo se adapta a praticamente qualquer clima e uma vez adaptada pode, inclusive, integrar-se num novo ecossistema. 
 
 
Trata-se, de uma planta que se espalhou, pela ação do ser humano, por todo o planeta mas sempre a partir de um suporte cultural específico, que determinou o ritmo e a direção desta expansão. A análise da distribuição da cannabis em África ao longo do século XIX em relação às diferentes culturas tribais que a aceitaram e que a recusaram, dão um panorama perfeito destes procedimentos (Rubin, 1975). 
 
 
A sua inclusão nos textos de medicina e farmácia é bastante antiga, sendo a primeira referência a da farmacopeia do imperador chinês Shen Nong (cerca de 3.000 anos A.C.). 
 
 
É, também, citada nos textos sagrados do Hinduísmo, especialmente no Atharva Veda (2.200 anos A.C.), talvez introduzido pelos indo-europeus procedentes da área da cannabis. 
 
 
No ocidente foi sempre uma planta muito popular, defendida por Diaconides e mais tarde, com muito ardor, por Laguna e Galeno. Em todo o caso, as indicações clínicas, como em todas as velhas farmacopeias, são um pouco confusas à luz dos nossos atuais conhecimentos. 
 
 
Esta é, também, uma das primeiras plantas de que temos um testemunho escrito sobre o seu consumo psicoativo. Heródoto, na "História das Guerras Médicas" conta como os Citas, (2.500 a.C.) que povoaram a zona de origem da planta, se intoxicavam com ela.  
 
 
A referência por ela ao longo da história é constante, surgindo como marcos fundamentais:
 
  • Primeiro, a sua expansão no Mundo Islâmico nos séculos XII e XIII, em parte devido ao movimento Ismaelita e em particular pela seita dos Haxixins; 
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  • Segundo, a sua ligação ao estado Mameluco no Egipto, tolerante com a utilização da cannabis como um sinal exterior de diferença entre os integrados e os excluídos da sociedade, cuja descrição aparece nas "Mil e uma Noites"; 
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  • Finalmente, a campanha de Napoleão no Oriente, que reintroduziu a cannabis nos círculos letrados europeus.  
 
 
Este último acontecimento foi a catapulta para que esta planta, que já estava ligada a uma forma de hegemonia cultural na Europa, configurasse um complexo sociocultural, que a partir dos anos 60 e dos movimentos de contracultura, se expandiu por todo o planeta.
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